Fundada em 1910, a Academia Brasileira de Ciências, Artes, História e Literatura (ABRASCI) consolidou-se ao longo dos anos como uma entidade cultural proeminente no Brasil, inicialmente surgida como Academia Brasileira de História. Desde seus primórdios, sob a liderança de figuras como Afrânio de Mello Franco, Alberto Rangel, Basílio de Magalhães e Ramalho Ortigão, a academia enfrentou desafios inerentes à sua criação, porém estabeleceu uma base sólida para o desenvolvimento de suas atividades.
Em 1958, a ABRASCI ganhou um novo ímpeto com o ingresso de Othon Costa, Desembargador Carlos Xavier Paes Barreto e Vieira Souto, focando na difusão da História Pátria. Neste período, a academia sediada no Rio de Janeiro intensificou suas atividades, e nova diretoria foi eleita em 1961, tendo Carlos Xavier Paes Barreto como presidente, acompanhado por Lemos Britto e Othon Costa.
A década de 1970 marcou um período de significativas contribuições ao campo da historiografia brasileira. Marco Antonio Rangel Pestana de Campos Salles trouxe para a ABRASCI nomes ilustres como Dante de Laytano, Affonso Arinos de Mello Franco, José Honório Rodrigues e Luiz da Câmara Cascudo. Concomitantemente se associou com o Instituto Pero Vaz de Caminha, destacando-se personalidades como Fábio Bonifácio Olinda de Andrada e Francisco Martins Marques.
Sob a presidência de Dante de Laytano e Marco Antônio Rangel Pestana, a academia alcançou projeção nacional realizando inúmeras solenidades em colaboração com governos estaduais e federal. Este período incluiu visitas internacionais à África e Europa, além de diversas atividades em estados brasileiros.
Entrando na década de 1980, a academia passou a ser denominada Academia Brasileira de Arte, Cultura e História, refletindo sua crescente abrangência. Recentemente, incorporou cadeiras de Ciências e Literatura atendendo aos pedidos de membros e conselheiros, acompanhando a evolução histórica e cultural do país.
A presidência foi ocupada por figuras notáveis como Júlio Elito, Gunter Fischer, Roberto Oropalo e o prof. Michel Chelala. O colegiado acadêmico também contou com destacados membros, incluindo o psiquiatra e escritor Dr. Augusto Cury, o ilusionista Issao Imamura, e os cantores Sergio Reis e Luiz Ayrão, entre outros.
A ABRASCI desenvolveu inúmeros projetos visando o resgate da memória histórica e preservação das tradições culturais e cívicas, como a restauração de edifícios históricos e a organização de eventos comemorativos e seminários importantes. Exemplos notáveis incluem a restauração da Fazenda do Morumbi e da casa do Marechal Deodoro, a organização do bicentenário de D. Pedro I, além de participações em cerimônias e eventos de relevância histórica tanto no Brasil quanto no exterior.
A entidade também esteve presente em eventos internacionais, oferecendo seminários sobre temas históricos em países africanos de língua portuguesa, na África do Sul e em diversas nações europeias, além de participar ativamente em celebrações relacionadas ao Sesquicentenário do Barão de Langsdorff na Academia de Ciências de Stalingrado. No campo das artes, a academia realizou diversos salões na Europa, Estados Unidos e América do Sul.
Ao longo de sua trajetória, a ABRASCI conquistou prestígio e estabeleceu parcerias com instituições de destaque, como o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Memorial Juscelino Kubitschek, Fundação Cafú e Sesi São Paulo, além de associações com entidades oficiais e governamentais. Essas parcerias refletem o contínuo empenho da academia em promover a ciência, arte, história e literatura, fortalecendo o legado cultural e histórico do Brasil.